SOLOS

Palavras puídas
na poeira da história
repetem-se inglórias,
remexem balaios
e se rebolam
no breu do branco
entre soluços e sonhos.
Lembranças da língua
dizem das mudas
sombras na parede
cálidas de alcova,
das mudas de amor
nascidas sem cultivo,
agrestes agruras
em corações altivos
sem regas nem regras,
solos férteis
que fecundam solos.

Esther Alcântara

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