TECIDO DE PALAVRAS

QUASE NÓS

Faíscas

lamberam o ar

impermeável

sem voz

quase nós

nas labaredas

congeladas

de após

Esther Alcântara

(Arte: Fiery Dance,

by Andrew Atroshenko)

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" - Psiu, não digas nada. As palavras emocionadas saem da boca depressa demais e costumam terminar dizendo coisas que não são totalmente verdadeiras. E devemos ser respeitosos com as palavras, porque elas são a vasilha que nos dá a forma. [...] Já o diz a Bíblia : no princípio era o Verbo. É a palavra que nos faz humanos, que nos diferencia dos outros animais. A alma está na boca. Mas, para nossa desgraça, os humanos já não respeitam o que dizem. [...] as palavras não devem ser como mel, pegajosas e espessas, doces armadilhas para moscas incautas,e sim como cristais transparentes e puros que permitam contemplar o mundo através delas. "

(por Rosa Monteiro, escritora espanhola)