GENTE DA GENTE
Invariavelmente
beliscava as bochechas imaginadas
da criança esquelética
e disparava:
como você está magrinha, amada!
Havia muito viço
naqueles ossos e olhos salientes
mas eram tempos de saúde gorda
e muito vício
nos olhos dos parentes.
A criança, que não era oca
engolia a língua em dieta de engorda
e ouvia paciente
a falta de assunto daquela boca.
Era gente da gente!
(Esther Alcântara)
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