Perder pode ser perfeito!
Perder a voz,
não a voz do ser amado, claro,
bom é se perder direito
no tapete, no tatame
quando já não tem mais jeito.
Ao pé da página
também se perde a si,
achando-se depois mais pleno,
sem nenhum perdão
da palavra
perdidamente dilacerante.
E com a concessão
também da palavra
é ótimo perder a compostura
e assumir uma postura
de encantado.
Aí é só perder de vez
o rumo
da prosa
e na poesia amorosa
deliciosamente
se aprumar.

Perder pode ser perfeito!


Esther Alcântara





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